O Ensino na Escola Livre 2



Por Aldo Bruno Marchand

Quando um jovem procura o ensino em uma escola livre na maioria das vezes tem suas expectativas ligadas à busca de sua expressividade e não da procura dos componentes técnicos da música por sua essência, este jovem acaba entendendo que precisa conhecer novos elementos para aprimorar sua arte, então entra o papel do professor.
Como estamos trabalhando pessoas que muitas vezes procuram o aprendizado do instrumento como hobby é muito importante buscar sutilezas nas correções e críticas aos alunos, evitando matar sua musicalidade e criar uma atmosfera traumática e de frustração, afinal, olhamos o ensino com os olhos de quem tem uma determinada experiência e esquecemos-nos do período em que começamos nossa jornada.
Recentemente tive uma experiência que me colocou no lugar dos alunos, ao ensaiar com uma banda notei que um dos integrantes ficava interferindo constantemente na forma em que eu estava me expressando, logo percebi que não era um problema de adaptação mas sim de conexão musical, não falávamos o mesmo idioma. O que tornou mais frustrante é a incapacidade da pessoa enxergar meus pontos positivos, assim como fiquei com uma visão parecida a respeito. Conclusão: desisti do projeto e não teria mais experiências musicais com aquela pessoa. Devemos lembrar que se buscamos a música é porque queremos compartilhar as coisas e não impor. Lembre-se que imposições podem afastar os alunos tanto enquanto estudantes tanto como em sua visão pessoal a respeito de você.
No ensino sempre busco conhecer mais sobre aquele ser humano que está na minha frente, construindo uma relação que combina amizade e ensino, o que cria um maior comprometimento, afinal, nos preocupamos com aquelas pessoas que se importam conosco e são importantes para nossa carreira. O interessante é que percebo mais reconhecimento dos meus alunos do que dos tempos em que tocava mais em bares. Tenha consideração com aquela pessoa que vai estudar com você, pois se ela está estudando sob sua tutela é um sinal que tem esperanças que você ao menos se importe com ela.

1 comentários:

Unknown disse...

Muito legal o texto, realmente temos que ter esse cuidado com a pessoa que está à nossa frente, afinal, vivemos num mundo onde muitas vezes se preza mais o ter e não o ser, portanto cabe a nós educadores, seja musical ou não, valorizar essa relação humana e interpessoal, que está diretamente ligada ao processo educativo.

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